22-05-2025 304b6k
O número de ocorrências registradas envolvendo pipas na rede elétrica em Goiás já soma 173 casos de janeiro até o início de maio deste ano. O dado acende um alerta para o aumento atípico e antecipado desse tipo de incidente, que normalmente se intensifica durante os meses de julho e agosto, período das férias escolares e da estiagem. O crescimento precoce preocupa a distribuidora, que reforça as ações de prevenção e reforça para os perigos que a brincadeira pode gerar quando feita de maneira imprudente.
"Estamos observando um crescimento antecipado nos registros de pipas em contato com a rede elétrica, o que demanda uma resposta imediata da distribuidora. Nessa mesma época em 2024 tivemos um total de 182 casos, e o que tudo indica é que iremos ultraar esse registro até o final de maio. Por isso, intensificamos as campanhas de orientação e as ações em campo, especialmente nas cidades que concentram o maior número de ocorrências", afirma o gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial Goiás, Vinicyus Lima.
Entre os municípios com maior número de registros em 2025 estão Goiânia (28), Aparecida de Goiânia (24), Águas Lindas de Goiás (17), Anápolis (12), Caldas Novas (12), Senador Canedo (4) e Planaltina (2). Nesses locais, além das equipes de manutenção, a companhia também realiza ações de conscientização com o apoio de lideranças comunitárias, escolas e instituições públicas.
Cenário preocupante
As 173 ocorrências envolvendo pipas na rede elétrica registradas em Goiás até o momento representam aproximadamente 28% do total registrado em todo o ano de 2024. Em 2025, a média é de cerca de duas ocorrências por dia, evidenciando o aumento precoce dos casos. Somente no mês de maio, foram contabilizados 42 registros, o que corresponde a aproximadamente 24,3% do total acumulado no ano — indicando que quase um em cada quatro incidentes aconteceu apenas nesse mês, reforçando o alerta da distribuidora antes do período crítico.
Riscos para a vida e para o fornecimento de energia
Mais do que uma brincadeira, soltar pipa próximo à rede elétrica é uma prática que pode resultar em acidentes graves, comprometimento do fornecimento de energia e prejuízos estruturais. Um dos maiores riscos está no uso de linhas com cerol ou a chamada linha chilena, que são compostas por materiais cortantes e altamente condutores.
Quando essas linhas entram em contato com os cabos de energia, podem provocar desde cortes parciais até o rompimento completo dos fios. O corte total ocasiona a queda imediata de energia em bairros inteiros e coloca a população em risco de acidentes com os fios energizados no chão. Já os cortes parciais enfraquecem os cabos e geram risco de curto-circuito, interrupções futuras no fornecimento e até incêndios.
Outro perigo está na possibilidade de descargas elétricas. Quando a pipa se enrosca na rede, ela pode se tornar um condutor, o que pode causar choques graves, queimaduras e, em casos extremos, levar à morte. Também são comuns os registros de curto-circuito causados por rabiolas feitas com materiais metalizados. Essas situações provocam explosões em transformadores, incêndios e comprometimento de toda a estrutura da rede elétrica.
“Pipas presas na rede elétrica podem causar prejuízos significativos para a população. As interrupções impactam o abastecimento de hospitais, postos de saúde, escolas, comércios e residências. Um ato que parece inofensivo pode gerar consequências graves, inclusive para serviços essenciais da sociedade”, alerta o gerente.
Tecnologia e equipamentos para reduzir riscos
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